“Um pacto de
infidelidade?”, perguntou Eliza, incrédula.
“Você está propondo
que a gente traia, mas respeitando algumas regras básicas?”, questionou Helen.
“Não que a gente
traia, mas que tenha casos. O relacionamento – ou os relacionamentos,
dependendo do que se quer – deve ser iniciado e encerrado em um ano.
A gente não vai ter
caso com o marido de nenhuma de nós...”, explicou Victoria.
“Que bom...”,
interrompeu Eliza, com sarcasmo.
“E vamos tentar evitar
neuroses. Pensem nisso como se vocês estivessem fazendo tratamento num spa. Vocês fazem as unhas, se depilam,
pintam o cabelo, todas essas coisas que a gente faz para ficar bem. Mas tudo o
que vocês realmente precisam é de uma boa noite de sexo.”
Esse é o trechinho que vem na contra capa de O Pacto de Infidelidade, de Carrie Karasyov.
No meio de clássicos e uma pilha de leitura teórica
obrigatória, sempre gosto de ler um romance água
com açúcar. O que me chamou atenção nesse foi a questão da traição
compactuada.
As quatro amigas,
Victoria, Eliza, Leelee e Helen são casadas com homens bem
sucedidos, moram em um bairro luxuoso... e só. Uma delas descreve a própria
vida como uma coisa morna, tomada pela rotina. Outra sente falta de chamar
atenção e fazer os homens virarem a cabeça para olhar para ela. A terceira se
arrepende da escolha que fez no passado e a última não vê nada de ruim em sua
vida e é a mais relutante ao pacto.
Elas concordam em só contarem umas as outras tudo o que
fizessem durante um ano. Nesse ano elas deveriam tentar ser felizes e encontrar
o que faltava em suas vidas. Nada sairia daquele circulo de amizade e depois de
um ano o experimento acabaria.
É interessante ver o motivo que leva cada uma a querer
trair. Não entendo a traição, mas me surpreendi por apoiar e achar que uma
delas tinha toda a razão de querer trair o marido, enquanto a outra recebeu
todo o meu sentimento de ódio por
tentar largar um cara tão legal.
No meio disso tudo, um colunista fofoqueiro descobre o que
as amigas estão fazendo e elas têm que se virar para tentar esconder seus casos
e calar a boca do escritor, que logo no fim do primeiro capítulo nós
descobrimos que está morto. Essa tática de começar um livro pelo final sempre
me empolga. Como adoro spoiler, não
me importo de saber quem morreu, me interesso pelo o todo que fez o evento
principal ocorrer. A escrita é simples e bem amarrada, daquelas que se você se
interessar pelo começo, consegue terminar rapidinho.
O Pacto de
Infidelidade foi o primeiro livro solo da autora, que antes havia escrito mais dois em
parceria com Jill Kargman – The Right Address e Wolves in Chic Clothing.
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